segunda-feira, 17 de abril de 2017

Escalas relativas

Escalas relativas são as escalas que possuem as mesmas notas entre si e modo (maior ou menor) diferentes. Se você leu o artigo sobre improvisação, vai gostar de saber que as escalas relativas são muito utilizadas em improvisos, pois permitem mais ideias para o solo.
Todo improvisador que aprendeu a utilizar as escalas maiores e menores precisa aprender, logo em seguida, a utilizar as escalas relativas. Então vamos por partes:

O que é a escala relativa menor?

Pense em alguma escala maior, por exemplo, a escala de Dó maior. A escala relativa menor de Dó será a escala de Lá menor. Como regra, a escala relativa menor de uma escala maior é a escala menor do sexto grau dessa tonalidade. Falando assim parece confuso, mas é bastante simples na prática. Como estávamos em Dó, o sexto grau é Lá, então basta tocar Lá menor.
Obs: caso você ainda esteja meio perdido nessa questão dos graus, leia novamente o artigo “graus musicais”.
Bom, como você pode ver, não estamos aprendendo nenhuma escala nova aqui. Essa escala nada mais é do que a escala menor natural que já vimos, apenas estamos criando um vínculo do sexto grau em relação ao primeiro, e logo você vai entender o porquê disso.

Comparando duas escalas relativas

Se você pegar a escala de Dó maior e comparar com a escala de Lá menor, vai ver que elas possuem exatamente as mesmas notas. Ou seja, a escala maior possui uma escala relativa menor que é idêntica a ela. Incrível, não? Por isso o nome “relativa”. Compare abaixo, por exemplo, as escalas de Dó maior x Lá menor e Sol maior x Mi menor:
Escala Dó maior: C, D, E, F, G, A, B
Escala Lá menor: A, B, C, D, E, F, G
Escala Sol maior: G, A, B, C, D, E, F#
Escala Mi menor: E, F#, G, A, B, C, D
Isso é extremamente útil! Significa que podemos utilizar a escala de Lá menor para fazer um solo numa música cuja tonalidade é Dó maior. Ou seja, sempre que tivermos em uma tonalidade maior, podemos pensar em duas escalas: a escala maior dessa tonalidade e a escala relativa menor dessa tonalidade. Isso aumenta nossas opções na hora de pensar no solo.

Escala relativa maior

Da mesma forma, podemos pensar no inverso: toda tonalidade menor possui uma relativa maior. Essa relativa maior se localiza a um tom e meio acima da tonalidade menor. Por exemplo, um tom e meio acima de Lá é Dó. Portanto, a relativa maior de Lá menor é Dó maior.

Acordes relativos

Vale a pena destacar que esse conceito também existe para os acordes. O acorde relativo menor é o acorde de sexto grau da tonalidade maior em questão. Por exemplo, o acorde relativo menor de Dó é o acorde de sexto grau do campo harmônico de Dó maior, ou seja, Lá menor. Outro exemplo: suponha que a tonalidade seja Sol maior. A relativa menor de Sol será Mi menor.
Como os acordes relativos possuem uma afinidade entre si, eles podem ser trocados um pelo outro. Veremos isso com mais detalhes no estudo de funções harmônicas. Por enquanto, pense nas escalas, lembre que você sempre poderá utilizar a relativa menor junto com a escala maior. Experimente testar isso pegando uma música na tonalidade maior e tocando a relativa menor em cima dela. Veja como encaixa perfeitamente.
Agora que você já aprendeu o que precisava sobre escalas relativas, tente encontrar as relativas menores de todos os acordes ou escalas maiores. Depois, confira com a tabela abaixo:


domingo, 16 de abril de 2017

Cadência

 CADÊNCIA



Cadência são sequências de acordes pré-estabelecidas que funcionam bem. Segue-se abaixo as cadências mais utilizadas.







1- Música Erudita: I  IV  V

2- Blues: I 7 IV 7 V 7

3- Jazz: IIm7  V7  I7+

4- Bossa Nova: IIm7  V7  I7+

5- Rock e Pop: I V  IV

6- Funk: I 7  IV 7  V 7

7- MPB: I  IV  IIm7  V 7  I7+  I 7  IV 7  V 7 

8- Cadência Plagal: I 7+  IV 7+  I 7+


Exercício Sugerido: Descobrir em músicas conhecidas de diversos estilos as várias cadências conhecidas nesta lição. 

Exercício Sugerido 2: Compor músicas usando as cadências conhecidas nesta lição. SEJA CRIATIVO.


sábado, 15 de abril de 2017

Como fazer segunda voz

Como fazer segunda voz

Todo cantor acaba querendo saber como fazer a segunda voz. E não é por acaso, afinal a segunda voz é uma técnica muito utilizada por vocalistas dos mais diversos estilos musicais.

Como fazer a segunda voz em um instrumento?

Essa técnica não está restrita somente ao canto. Qualquer instrumentista também pode trabalhar seus solos com o princípio da segunda voz.
Muitos vocalistas já possuem um feeling apurado para cantar a segunda voz, devido à muita prática. Para alcançar esse nível, pratique bastante a segunda voz com o auxílio de seu instrumento, treinando primeiro em músicas simples, até se sentir confortável.
A habilidade de encontrar a segunda voz automaticamente sem o auxílio de instrumentos é uma questão de treino, como tudo na música. Agora que você já conhece o segredo, é hora de colocar em prática. Divirta-se!

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Improvisação musical

Improvisação musical é a arte de compor e registrar ao mesmo tempo; ou seja, é inventar na hora!
Uma improvisação pode ser uma harmonia, uma melodia, um solo, um riff, um ritmo, etc.
Essa arte diferencia músicos criadores de músicos reprodutores. Músicos reprodutores são aqueles que apenas reproduzem ou executam músicas prontas. Eles geralmente possuem técnica e boa leitura, mas são completamente engessados musicalmente (dependentes de um repertório) e não sabem o que estão fazendo, estão apenas seguindo uma receita de bolo.
Músicos criadores não se limitam a apenas reproduzir músicas prontas; são capazes de alterá-las, incrementá-las, criar novas melodias ou harmonias automaticamente. Estes são músicos que sabem o que estão fazendo, são aqueles que entendem o que está por trás da cifra e da pauta. Podem dialogar musicalmente.

Vantagens de saber improvisar

Resumindo, quem sabe improvisar:
  • Entende o que está se passando e tem ideias imediatas;
  • Possui facilidade para compor, pois tem muitas ferramentas e recursos em mente;
  • Possui um ouvido muito apurado;
  • Consegue se sair bem em situações inesperadas como: músicas novas, alterações de repertório de última hora, falha de memória (branco), etc.
  • Coloca sua própria identidade nas músicas.
Motivador, não?!
Para ser capaz de improvisar, é necessário conhecer o assunto em questão. Por exemplo, no ramo de palestras, qualquer pessoa é capaz de improvisar um discurso sobre “felicidade”, pois todos possuem algum conceito sobre esse tema.
Talvez o fato de ser um improviso prejudique a qualidade do discurso; muitos falariam sem utilizar palavras bonitas ou reflexões profundas. Agora, quantas pessoas improvisariam um discurso sobre a importância da equação de Schrödinger no eletromagnetismo quântico?
Na música, é a mesma coisa, precisamos de um bom vocabulário (saber escolher palavras adequadas) e também precisamos conhecer o contexto em que estamos inseridos, para que as palavras façam sentido.
Essa conversa está boa, mas vamos falar de algo mais prático agora: como se aprende a improvisar afinal?
Bom, existem alguns segredos para se tornar um bom improvisador. Falaremos especificamente de solos aqui nesse tópico, mas o conceito é o mesmo para as demais vertentes de improvisação na música.

Como fazer uma improvisação musical


Explicando de uma maneira bem simplista, basta conhecer as escalas básicas e saber identificar a tonalidade da música para se fazer um improviso.
Isso tudo nós aprenderemos aqui no Blog, não se preocupe. Porém, na prática, não basta apenas saber e entender as escalas e suas tonalidades, é preciso saber criar um solo com elas.
Parece óbvio, mas não é. Um improvisador iniciante pode aprender a escala maior e entender onde aplicá-la, mas se ele não tiver algumas frases e licks prontos desenhados na cabeça, o improviso vai ficar horrível.
Ninguém gosta de ouvir uma escala digitada para cima e para baixo sem dinâmica. A beleza da música está justamente em saber desenhar frases musicais com as notas. E como um improvisador iniciante conseguirá fazer isso?
Ele deve começar pegando frases prontas de outros músicos, decorando-as e aplicando-as em vários contextos. Assim, ele vai desenvolver a habilidade de saber encaixar frases em músicas. Isso é essencial.
O próximo passo é pegar essas mesmas frases e fazer pequenas alterações, tentando colocar suas ideias a partir das ideias das próprias frases. Depois de certo tempo fazendo isso, o improvisador começará a criar as suas próprias frases do zero, sem precisar se basear em alguma frase pronta.
Muito bem, para quem nunca improvisou nada, adquirir essa habilidade leva tempo. É como tudo na vida: se o resultado é bom, o esforço precisa fazer merecer esse resultado.
Recomendamos fortemente que o iniciante dedique-se bastante a pegar frases prontas e aplique elas em tonalidades maiores e menores. Essas frases podem fazer parte da escala maior, menor, pentatônica e escala blues. Esse deve ser o mundo inicial do improvisador. Ele precisa se sentir seguro nisso, pois é a base para aperfeiçoamentos futuros.
Nessa fase o iniciante vai adquirir feeling, vai aprender a colocar sua expressão na música.
Nós mostraremos, ao longo de nosso estudo sobre escalas, exemplos de aplicação de cada escala em cima de várias harmonias. Você deve pegar esses riffs e frases e tocá-los também, compreendendo-os e inventando depois os seus.
Se o Nosso Blog tem sido útil para você, ajude a divulgá-lo. Assim você estará colaborando com o crescimento e aperfeiçoamento do site. Nossa meta é ser referência para todo estudante de música, principalmente para aqueles que já tentaram por conta própria estudar e encontraram dificuldades devido à escassez de material didático sobre o assunto.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Escala cromática

A escala cromática é uma escala formada pela sequência: semitom-semitom-semitom-semitom, etc. Isso mesmo, todas as notas possuem o intervalo de um semitom. Sendo assim, podemos concluir que essa escala possui 12 notas (todas as 12 notas disponíveis da música ocidental!). Confira abaixo a escala cromática de Dó:
C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B

Desenho da escala cromática












Cromatismo

Devido a essa característica peculiar, tornou-se comum utilizar o termo “cromatismo” para se referir a notas distanciadas por um semitom. Por exemplo, se um determinado solo possui as notas D, D#, E tocadas em sequência, diz-se que esse trecho possui um cromatismo.

Aplicação da escala cromática

Na prática, em contextos musicais, a escala cromática não costuma ser usada em toda a sua extensão. O que costuma ser utilizado são pequenos trechos de cromatismo. O efeito cromático é muito interessante e explorado por músicos de diversos estilos. O resultado sonoro produzido cria uma sensação de notas de passagem.
Mesmo que algumas notas estejam fora do campo harmônico da música, quando tocadas rapidamente dentro de um cromatismo essas notas passam “perdoadas” por nosso ouvido, afinal sentimos como se fossem notas de passagem; degraus de uma escada que tem como objetivo chegar a algum lugar.
Por enquanto, ficaremos apenas com esse conceito introdutório de cromatismo, pois explicar detalhadamente as aplicações seria exaustivo. Em vez disso, optamos por apresentar a utilização do cromatismo dentro de cada contexto específico.
Você verá cromatismo aqui no site dentro dos estudos de Acorde Diminuto, Target Notes, SubV7, Jazz Bebop, entre outros. A partir de agora, a escala cromática passará a fazer parte de sua bagagem musical. Sua importância ficará mais evidente a cada nova aplicação.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

AULA DE CANTO – COMO CANTAR BEM.

Cantar é uma arte. Algumas pessoas já nascem sabendo como cantar bem, mas isso não significa que elas sejam as únicas que podem soltar a voz. Uma aula de canto pode tanto corrigir as falhas de pessoas desafinadas como pode aprimorar a técnica daqueles que já sabem cantar. Nesse artigo daremos algumas dicas para você utilizar sua voz com mais segurança e como praticar o canto de maneira simples.

Encontre sua extensão vocal

Antes de tudo, é importante saber em qual altura que você se sente mais confortável para cantar. Uma altura difícil e inadequada pode fazer sua voz perder força e potência, além de prejudicar seu timbre e estressar suas cordas vocais.
Mas o que define a altura mais adequada para o seu canto? O principal fator é tamanho e o formato da sua laringe. Calma, você não precisa pegar uma régua para descobrir sua extensão vocal. Basta fazer um teste simples, pois existe uma classificação básica para a voz masculina e para a voz feminina. Na voz masculina temos o tenor, o barítono e o baixo. Na voz feminina, temos contralto, mezzo soprano e soprano. Para entender o que significam esses nomes, é importante você conhecer o conceito de oitava. Quando dissermos aqui, por exemplo, Dó 3, Dó 4, Dó 5, entre outros, o número à direita da nota indica qual oitava estamos falando. O Dó 4 está uma oitava acima do Dó 3 e uma oitava abaixo do Dó 5. Para você se localizar, saiba que o Dó 2 é aquele localizado na 5ª corda, 3ª casa do violão.
Então vamos lá, o tenor é aquele que se sente mais confortável ao cantar as oitavas compreendidas entre o Dó 2 e o Dó 4.
O barítono se localiza entre o Lá 1 e o Lá 3 (obs: a 5ª corda solta do violão é o Lá 1).
O baixo se localiza entre o Fá 1 e o Fá 3 (o Fá 1 corresponde à 6ª corda, 1ª casa do violão).
Se você é homem, faça esse teste junto com seu instrumento para ver quais dessas oitavas você alcança e em quais delas você se sente mais confortável para cantar. Assim você vai descobrir se é tenor, barítono ou baixo.
Se você é mulher, faça o mesmo teste considerando as seguintes oitavas:
Soprano: Dó 3 – Dó 5.
Mezzo soprano: Lá 2 – Lá 4.
Contralto: Fá 2 – Fá 4.
Existem ainda outras categorias, mas essas que mostramos são as mais comuns.

Encontre seu estilo de música preferido

Agora que você já sabe em qual altura você consegue cantar, escolha um estilo que você gosta para praticar. Existem muitos detalhes e “firulas” típicos de cada estilo musical, por isso é interessante você observar como os cantores exploram as técnicas vocais no seu estilo, com o objetivo de treinar e aprimorar essas técnicas depois.

Pratique vocalizes

Fazer vocalizes é cantar diversas notas em sequência (dó, ré, mi – por exemplo) utilizando algum fonema específico, como: má, mú, pá, pó, lá, ou simplesmente alguma vogal aberta: a, e, i, etc. Você escolhe o fonema e fica cantando as notas junto com algum instrumento. Isso é ótimo para treinar a precisão vocal. Faça isso utilizando escalas musicais, como escala maior, escala pentatônica, etc. Isso também vai ajudar você futuramente na improvisação.

Treine a velocidade

Faça exercícios de vocalize praticando também a agilidade com que você consegue ir de uma nota para outra com precisão. Comece lentamente, indo e voltando e aumente gradativamente a velocidade. Isso vai dar mais flexibilidade para sua voz.

Trabalhe a dinâmica vocal

A dinâmica pode dar vida às suas interpretações. Escolha um tom confortável e comece crescendo a voz para um volume mais alto. Depois decresça para uma voz mais suave, menos intensa.

Pronuncie corretamente as vogais no canto

Uma boa dicção é fundamental para um canto bonito. Pratique bastante as vogais sustentando também alguns trechos de músicas conhecidas com vogais abertas, por exemplo: “Am[aaaaai]zing Gr[aaaaaai]ce”. 

Dicas de postura para cantar bem

Uma aula de canto também é uma aula de postura! Procure ficar ereto, de pé, com um pé um pouco mais a frente do outro, mas alinhado com seus ombros. Isso vai permitir uma respiração mais fácil. Se estiver sentado, a mesma regra se aplica a esse cenário. Mantenha os dois pés no chão, sem cruzar as pernas. O corpo alinhado permite maior controle e sustentação do canto sem tensão.

Aqueça sua voz

É importante fazer um aquecimento antes de iniciar sua performance. Cante primeiro as notas que estão no meio da sua extensão vocal, depois vá para as notas mais baixas da sua extensão e depois volte para o meio. Faça o mesmo com as notas mais agudas, tudo com o auxílio de um instrumento musical. Pratique por pelo menos uns 10 minutos em cada região de notas e não force sua voz caso não consiga alcançar uma determinada nota. Apenas relaxe e tente novamente.

Tenha uma boa alimentação

As frutas, principalmente as cítricas, podem ajudar bastante na melhoria da voz, pois possuem ação adstringente, limpando e afinando a saliva da laringe. A maçã, mais especificamente, ajuda a evitar também o pigarro (irritação na garganta) que machuca as cordas vocais.
Não esqueça, é claro, de beber bastante água em temperatura ambiente, pois isso é fundamental para a lubrificação das cordas vocais, o que também facilita a chegada ao seu tom de voz mais agradável.

Grave uma música cantando

Para analisar melhor sua voz como um todo, grave você cantando e ouça depois com muita atenção. Procure encontrar erros de afinação, dinâmica, etc. Analise bem sua voz e tente corrigir os defeitos fazendo os exercícios que sugerimos aqui. Depois grave novamente e veja se melhorou. Tente aumentar o nível de dificuldade das músicas gradativamente.

sábado, 8 de abril de 2017

CAMPO HARMÔNICO

Campo harmônico é um conjunto de acordes formados a partir de uma determinada escala. Tome como exemplo a escala de dó maior: C, D, E, F, G, A, B.

Como formar um campo harmônico

Para cada nota dessa escala, iremos montar um acorde. Vamos ter, portanto, sete acordes, que serão os acordes do campo harmônico de dó maior.
Como faremos isso?
Para cada nota da escala, o acorde respectivo será formado utilizando o primeiro, o terceiro e o quinto graus (contados a partir dessa nota, em cima dessa mesma escala). Vamos começar com a nota C. O primeiro grau é o próprio C. O terceiro grau, contando a partir de C, é E. O quinto grau, contando a partir de C, é G.

Acordes do campo harmônico de dó maior

O primeiro acorde do campo harmônico de dó maior é formado então pelas notas C, E, G (repare que esse é o acorde de dó maior, pois E é a terça maior de Dó).
Agora vamos montar o acorde da próxima nota da escala, que é D. O primeiro grau é o próprio D. O terceiro grau, contando a partir de D, nessa escala, é F. O quinto grau, contando a partir de D, é A. Portanto, o segundo acorde do nosso campo harmônico é formado pelas notas D, F e A (repare que esse é o acorde de Ré menor, pois a nota F é a terça menor de D).
Você deve estar percebendo até aqui que estamos montando os acordes do campo harmônico pensando nas tríades e utilizando somente as notas que aparecem na escala em questão (escala de dó maior).
Depois de montar a tríade, observamos se a terça de cada acorde ficou maior ou menor. Você pode também conferir a quinta de cada acorde, mas vai notar que ela sempre vai acabar sendo a quinta justa, exceto no último acorde, que vai ter a quinta bemol. É um bom exercício você tentar montar os acordes restantes desse campo harmônico. Confira depois com a tabela abaixo:
Muito bem, você acabou de aprender como se forma um campo harmônico. Mas para que isso serve afinal?
Bom, um campo harmônico serve para muitas coisas, e nesse momento vamos nos focar no ponto mais básico: ele serve para definir a tonalidade de uma música. Provavelmente você já deve ter ouvido a pergunta: “Em que tom está essa música?”. Pois bem, a tonalidade de uma música depende dos acordes presentes nessa música.
Se uma música contém os acordes do campo harmônico maior de dó, significa que a música está em dó maior. Com isso, sabemos que a escala a ser utilizada para fazer um solo, improvisar, criar riffs, etc. em cima da música é a escala de dó maior.
Portanto, conhecer os campos harmônicos tem uma grande utilidade: esse conhecimento permite que saibamos as notas que podemos usar para fazer arranjos em cima de uma determinada música. Conhecendo bem os desenhos das escalas, nada impede que possamos criar solos e arranjos automaticamente (habilidade conhecida como improviso).
Espero que isso tenha motivado você a continuar nosso estudo de campo harmônico, tendo visto a importância e utilidade desse conhecimento.

Campo harmônico com tétrades

Já construímos um campo harmônico utilizando tríades, e agora vamos estender esse conceito para as tétrades.
A regra utilizada para montar os acordes, apenas recapitulando, foi pegar o primeiro, o terceiro e o quinto graus da escala em questão.
Faremos a mesma coisa agora, porém incluindo o sétimo grau, o que caracteriza uma tétrade. Teremos assim um campo harmônico igual ao anterior, porém formado por tétrades em vez de tríades.
Analisando a mesma escala de dó maior, começando pela nota dó, temos que o sétimo grau da escala, contando a partir de Dó, é Si. Os demais graus (terceiro e quinto) nós já vimos quais são. Portanto, o primeiro acorde desse campo harmônico será formado pelas notas C, E, G e B. Esse é o acorde de C7M, pois B é a sétima maior de Dó.
Aplicando a mesma regra para a próxima nota (D), veremos que o sétimo grau é C. Assim, o acorde será formado pelas notas D, F, A, C. Esse é o acorde de Dm7. Note que aqui temos a sétima menor de Ré, por isso o símbolo “7”, em vez de “7M” (que caracterizaria a sétima maior).
Montando a tabela completa, ficamos com:
Talvez você esteja se perguntando qual é a diferença, do ponto de vista prático, desses dois campos harmônicos que montamos.
Pois bem, a única diferença é que esse último contém uma nota a mais em cada acorde, deixando-os mais “cheios”. Do ponto de vista de improvisação, no que se refere a descobrir qual a tonalidade da música, nada se altera.
Veremos alguns exemplos desse assunto (descobrir a tonalidade da música) em breve. Antes, lembre que nós utilizamos como exemplo a escala maior de dó.
Agora, em vez de especificar a tonalidade (dó), vamos deixar um pouco mais genérico: “campo harmônico de uma escala maior”, pois se aplicarmos essa regra na escala maior de sol, na escala maior de lá, ou na escala maior de qualquer outra nota, sempre teremos uma coisa em comum. O campo harmônico maior de qualquer nota da escala vai seguir essa formação (onde os números romanos indicam os graus):
I7M     IIm7    IIIm7     IV7M     V7     VIm7     VIIm(b5)
Você pode verificar isso montando o campo harmônico das demais tonalidades (além de Dó, que já fizemos).
Tome como exemplo a escala maior de Mi e o seu campo harmônico associado:

Note como o primeiro grau ficou maior com sétima, o segundo grau ficou menor com sétima, etc. Seguindo a formação que havia sido apresentada antes:
I7M     IIm7     IIIm7     IV7M     V7     VIm7     VIIm(b5)
Isso facilita muito a nossa vida, pois significa que memorizando apenas essa sequência acima você já sabe o campo harmônico maior de qualquer nota. Basta colocar as notas respectivas da escala maior em questão no lugar dos graus.
Por exemplo: Qual o campo harmônico maior de Ré?
D7M     Em7     F#m7     G7M     A7     Bm7     C#m(b5)
Obs: A escala maior de ré é: D, E, F#, G, A, B, C#.
Como exercício, tente montar o campo harmônico maior de todas as notas. Confira depois com a tabela abaixo:

Obs: para formar os campos harmônicos utilizando apenas 3 notas (tríade), basta retirar a sétima de todos os acordes dessa tabela, como fizemos na tabela abaixo. Deixaremos aqui a sétima apenas no último acorde, pois os acordes com quinta bemol raramente aparecem sem a sétima na prática:

1.200 palavras depois…

Agora que sabemos o campo harmônico maior de todas as notas, podemos aplicar esse conhecimento para descobrir a tonalidade das músicas.

Exercícios de campo harmônico

Os acordes abaixo compõem determinadas músicas. Identifique portanto qual a tonalidade de cada música:
1)   A, C#m, D, Bm, E7
2)   F#m, G#m, B, E
3)   Bm7, GM7, Em7, F#m7, D, A7
4)   G, D, C
5)   Am7, Bm7(b5)
6)   Bb, F, Dm7, C7
Respostas:
1) Lá maior
2) Mi maior
3) Ré maior
4) Sol maior
5) Dó maior
6) Fá maior

Músicas com mais de uma tonalidade

É importante destacar que algumas músicas possuem mais de uma tonalidade. Nesse caso, parte da música está em uma tonalidade e parte da música está em outra tonalidade. Isso é muito comum nos estilos jazz, mpb, bossa nova, fusion, entre outros.
Improvisar adequadamente em músicas que possuem várias alterações de campo harmônico (modulações) é um desafio e tanto, mas não se preocupe. Aos poucos iremos evoluir nos assuntos de maneira que você possa explorar mais recursos. Com empenho e dedicação, você irá (em pouco tempo) se sentir confortável até mesmo quando se deparar com sons mais sofisticados. Estamos trabalhando para isso!

terça-feira, 4 de abril de 2017

Como montar acordes e escrever cifras – Parte Final

Em resumo, o que fizemos até agora foi aprender como montar acordes a partir de uma cifra. Utilizamos o processo de ler a cifra, identificar o acorde e encontrar a melhor posição para formar esse acorde no instrumento.
Se você caiu de paraquedas nesse artigo, é importante que comece por aqui.
Continuando nosso aprendizado sobre acordes e cifras, veremos a seguir as nomenclaturas mais utilizadas em dicionários de acordes e song books. Isso é útil não apenas para montar acordes, mas também para escrever as cifras.

Como escrever cifras corretamente

  • Acordes com sétima menor: recebem apenas o número 7. Exemplos: G7, Bm7, etc.
  • Acordes com sétima maior: recebem o número 7 seguido da letra M. Exemplos: C7M, A7M, Bm(7M), etc. Outra notação possível para a sétima maior, geralmente utilizada por estrangeiros, é  “maj”: Cmaj7 ou apenas CMaj (do inglês: Major Seven). Em sites populares de cifras, as pessoas utilizam muito a notação 7+ (C7+), porém essa não é a notação mais adequada, já que é utilizada para acordes aumentados.
  • Acordes com nona adicionada: recebem o número 9 seguido da palavra add. Exemplo: Cadd9 (lê-se: Dó “éd naine”, pois é uma notação americana). Esses são os acordes formados por uma tríade acrescida de uma nona. Quando o acorde possui também a sétima, a notação americana costuma colocar somente o número 9. Como veremos logo a seguir.
  • Acordes com nona e sétima menor: podem receber apenas o número 9, ou o número 7 seguido do número 9. Exemplo: C9 ou C7(9). Isso se deve ao fato de que acordes com nona costumam ter a sétima também, por isso subentende-se que o símbolo “9” já informa que há uma sétima junto. Quando não há uma sétima menor no acorde, deixa-se claro por meio do símbolo “add”, como já vimos. Seria como dizer, para não haver dúvidas: “Esse acorde possui nona adicionada, ou seja, é a nona adicionada a uma tríade. Não há uma sétima!”. Porém, na prática, nem todos fazem essa distinção, então é preciso ter cautela.
Obs: quanto falamos “nona”, entenda “nona maior”. O mesmo ocorre com a “sexta”. A nomenclatura de ambas não usa o símbolo “M” para representar o grau maior, basta colocar C9 ou C6, por exemplo. No caso da quarta justa, também podemos dizer somente “quarta” e escrever “4”, sem nenhum símbolo adicional.
  • Acordes suspensos: são os acordes que não possuem a terça. Recebem a sigla “sus”. Geralmente, esses acordes vêm acompanhados de uma quarta justa. Exemplo: Asus4. Explicaremos o porquê dessa quarta quando entrarmos no assunto “acordes complexos”.
  • Acordes aumentados: podem receber o símbolo “#” ou “+” ao lado do grau alterado em questão. Exemplo: G7(#5) ou G7(+5). Obs: quando a nota alterada é a quinta, o acorde também pode receber somente o “+”, por exemplo: C+.
Outro detalhe importante de se considerar é a utilização dos parênteses. Geralmente, utilizamos os parênteses quando o acorde possui mais de 4 graus. A ordem de representação segue a lógica de mostrar primeiro a sétima (caso haja) e depois o grau adicional entre parênteses. Ex: A7(b5), F7M(9), etc. Quando há muitos graus adicionais, costuma-se usar barras em vez de parênteses. Por exemplo: Bm7/6/9/11. Muitos preferem escrever somente com barras em vez de parênteses, isso varia conforme o gosto do compositor.
  • Acordes diminutos: recebem o símbolo “ ° ”. Exemplo: C°. O acorde diminuto é aquele formado pelos graus 1, 3b, 5b e 7bb. Quando apenas uma nota está diminuta (abaixada), pode-se utilizar o símbolo “b” ou “-“. Exemplo: G7(b5) ou G7(-5). O símbolo “-“ também é utilizado na notação americana para dizer que o acorde é menor (em vez da letra “m”), por exemplo: A- (é o mesmo que Am). Por isso, não se confunda ao ver por aí algo do tipo C-7 (nesse caso, é o acorde Cm7, não o acorde de Dó com sétima diminuta).
Obs: estudaremos profundamente o acorde diminuto em outro tópico. Aqui estamos vendo apenas a nomenclatura.
  • Acordes meio-diminutos: são os acordes com a extensão m7(b5). Exemplo: Dm7(b5). Diz-se “Ré meio-diminuto”. Esse apelido é muito utilizado, pois o acorde m7(b5) é quase um acorde diminuto; a única diferença está na sétima (que no acorde diminuto, é sétima diminuta em vez de sétima menor). Aliás, é muito mais fácil dizer “Ré meio-diminuto” do que “Ré menor com sétima e quinta bemol”, não achas?!
  • Acordes alterados: são os acordes com a extensão #9#5. Exemplo: G#9#5. Geralmente, esse tipo de acorde contém a sétima menor também (G7#9#5). Entraremos em mais detalhes sobre esse assunto no tópico de escala alterada. Por enquanto, apenas saiba que essa extensão #9#5 é representada pela sigla “alt”. Por exemplo, o acorde anterior poderia ser escrito como G7alt em vez de G7#9#5 (Sol com sétima menor, nona aumentada e quinta aumentada).
Ufa! Terminamos. É importante que você leia algumas vezes esse tópico para memorizar bem essas nomenclaturas. Assim você vai saber ler e interpretar qualquer acorde que aparecer em qualquer lugar.
Resumindo tudo o que vimos, podemos concluir que há coisas que a cifra informa para nós e também há coisas que ela não informa.

O que a cifra estabelece

– Se o acorde é maior, menor ou suspenso.
– Se o acorde possui uma sétima ou demais graus adicionados (4ª, 6ª, 9ª).
– Se o acorde possui eventuais alterações (#5, b9, etc.)
– Se o acorde está invertido (3ª, 5ª ou 7ª no baixo). Obs: estudaremos isso em outro tópico.

O que a cifra não estabelece

– A posição do acorde no instrumento (pode estar em diferentes regiões).
– Dobramentos ou supressões de notas no acorde (pode-se duplicar, triplicar ou suprimir a quinta justa, dobrar a terça, etc.)

3.000 palavras depois…

Depois de ler esses 3 longos artigos você já está perito nesse assunto! Basta exercitar os conceitos aprendidos aqui e você terá autonomia total na formação de acordes, sem nunca mais precisar depender de um dicionário. Agora você é o dicionário!

Aula de Teclado para iniciantes - N° 3

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